Gray


Por: NotTasha
Tradução por: Rosana Cunha

Gray (English version)

  
Retratação: Esta história é um pedaço de fanfiction que contém personagens que são de propriedade da MGM, Trilogy, e CBS. Eu não faço nenhuma reivindicação a estes personagens.
Nota: Isto é só uma pequena história triste. Não é exatamente uma ficção de morte...
Realimentação: Sim por favor! comentários e sugestões são altamente
apreciados.
Spoilers: Manhunt e Penance

Parte 1:

Ezra estava em um dos humores cinzas dele. Buck não tinha notado isto no começo. Eles tinham estado bastante ocupados durante as últimas duas semanas. Vin, Chris e Josiah tinham cavalgado para fora da cidade para resolver alguns negócios em Reed River e deixando os outros quatro para tomar conta da cidade. Significando que cada um deles tinha que trabalhar em um turno, passando muito tempo em dias monótonos com pouco tempo para simples relaxamento e conversas com os amigos. Nathan -o madrugador-trabalhou no primeiro turno, e JD na parte da tarde. Buck ficou com a patrulha do começo da noite. E Ezra à noite.

A situação provavelmente tinha estado assim por vários dias antes que Buck tivesse tido êxito. Algo estava aborrecendo o normalmente trapaceiro loquaz. Ele tinha deixado de falar, tinha diminuído, tinha desaparecido. Bem, Ezra poderia conversar amigavelmente quando encontrado na rua, unindo-se a eles para o jantar, sorriria e brincaria e faria uma encenação -quando necessário. Mas diferente dos tempos passados, ele simplesmente havia ido embora. O sorriso era insincero, os olhos eram estranhamente escuros, as palavras dele - vazias.

Claro que, Ezra estava trabalhando a noite e dormindo durante o dia. Claro que, ele gastou as noites jogando. Estes fatos explicariam muito a ausência dele, mas havia um frescor no comportamento dele, uma quietude que não era normal. Tudo finalmente ficou claro para Buck quando ele pegou o jogador sentado quietamente na prisão. Wilmington tinha terminado há pouco a troca de turno e iria se encontrar com Standish lá na cadeia antes que Ezra começasse o seu. Standish estava sentado com uma perna comprimida debaixo da cadeira, as mãos dele ainda no colo, os olhos distantes. Ele parecia perdido em uma névoa. Ele havia despertado no momento em que soube que Buck estava entrando - mas isso não mudou o fato de que Buck havia visto o olhar desolado dele, havia visto algo muito distante e doloroso naqueles olhos verdes. Ezra falou com ele o mais rápido possível e escapado antes que Wilmington pudesse dizer muito sobre qualquer coisa.

Buck tentou entender aquilo. O que possivelmente poderia ter acontecido para aquele jogador residente? Normalmente era Maude que punha Standish neste tipo de medo. A qualquer hora ela visitava a cidade deles, e depois levava vários dias para o carteador se recuperar e verdadeiramente sorrir novamente - Oh Deus, aquela mulher levou o vento do barco a velas do filho dela. Mas Maude não tinha ventado por ali ultimamente. Ele não tinha recebido tão pouco nenhuma carta dela, até onde Buck pudesse se lembrar. O correio normalmente era deixado na prisão para todos eles, e não havia sido deixada nenhuma carta para o jogador.

Ezra, Buck sabia, também poderia ser afetado profundamente sobre a morte de inocentes - de crianças e mulheres. Wilmington se lembrou quando Claire Mosley havia sido assassinada e havia sido trazida pelo pai dela, quando aquela jovem costureira foi achada morta na rua. Ambos os incidentes haviam aborrecido Standish mais do que ele sempre admitiria. Mas a cidade tinha estado quieta - nenhuma alma tinha morrido ou tinha igualmente sido ferida recentemente.

Droga, Buck pensou e considerou os fatos. Ele desejou que ele tivesse entendido isto mais cedo, mas com Standish, era duro dizer quando algo o feria. Chris, quando transtornado, se embebedava - Josiah também, embora a ira dele tendia a ser mais quieta e mais omissa. JD falava - muito. O garoto poderia balbuciar como um riacho quando algo o estava incomodando. Vin andaria por uma trilha até que o seu espírito sossegasse. Nathan bateria em todo o mundo - especialmente em Ezra. Buck soube que ele, próprio, tendia a se perder em mulheres. Ezra - desapareceu. Ele só diminuiu, como um fantasma cinza, como uma névoa cinza, como uma névoa cinza em um lago. Inferno, durante os últimos dias, até mesmo a roupa dele tinha um tom de cinza nela; o jogador extravagante estava não usualmente... incolor.

E nem mesmo era necessariamente um desaparecimento físico. Ezra poderia estar aparentemente bem próximo a você e poderia falar sobre o tempo ou qualquer coisa antiga, mas a fala mansa e divertida que todos conhecíamos havia acabado.

Buck vagou pela rua e começou o turno dele, desejando saber o que diabos estava errado com Ezra e o que ele iria fazer a respeito. Ele herdou a posição de "líder" de alguma maneira durante a ausência de Chris. Ele poderia "dar conta do recado" - os roubos de banco, os barões de gado, os Top Hat Bobs -- mas ele não sabia como lidar com coisas como esta. Como falar com uma pessoa que não quer falar? Ou então, o que fazer quando uma pessoa conversa com alguém . mas não diz nada.

  Ele tinha que entender isto antes de Ezra voltar. Era triste vê-lo assim tão por baixo.

"Senhor Wilmington," uma voz o chamou e ele olhou para ver Yosemite gesticular para ele da frente da loja do ferreiro. "Senhor Wilmington!"

"E aí, Pequeno," Wilmington disse com simpatia, usando outro dos apelidos que o grande homem havia escolhido. "Alguma coisa errada?"

"Não, não," Yosemite respondeu a Buck quando o localizou. "Eu só tenho uma mensagem para o Sr. Standish. Você o viu ultimamente?"

"Não posso dizer que tenho visto muito ele," Buck admitiu pensativo - nem mesmo quando ele está bem na minha frente. "Mas nós nos encontraremos no fim do meu turno."

"Oh, certo," Yosemite respondeu. "Você pode lhe dizer que eu peguei a pedra, e a coloquei?"

"O que é que, Yosemite?"

"Diga a ele que eu a peguei. A pedra foi entregue hoje. Eu a coloquei direito."

"Eu não estou acompanhando você. Pedra?" Buck levantou a cabeça tentando pegar o que é que aquele ferreiro estava falando.

Pequeno franziu as sobrancelhas e olhou em volta. "Eu provavelmente não deveria falar muito," ele finalmente respondeu descontente.

"Isto tem alguma coisa a ver com o que deixou Ezra tão fechado ultimamente?"

Yosemite fez careta. "Sim, eu acho que sim." Ele encolheu os ombros. "Não sou eu que tenho que dizer isso."

Buck rosnou e colocou uma mão no peito do homem e o empurrou para trás da loja e fora da rua. "Eu preciso que você me fale o que está acontecendo aqui, Pequeno. Eu estou tentando achar um sentido para isto tudo e eu não posso fazer isso se eu não sei o que o aflige."

Yosemite parecia indeciso, assim Buck chegou ainda mais perto dele. Agora, Buck Wilmington era um homem grande, mas o ferreiro - ele percebeu -provavelmente poderia quebrá-lo ao meio se ele quisesse. Ainda assim, Wilmington o pressionou, "Me Fala, Pequeno."

O homem grande, acovardou-se, afastou alguns passos e abaixou o olhar. "A mais ou menos um mês atrás, eu primeiro notei-o correndo ao redor do quarto de trás, se escondendo entre os materiais." Yosemite gesticulou vagamente para o quarto pequeno na parte de trás, cheio de ferro, pedaços de madeira, quinquilharias e outras coisas. "Alguém o havia deixado ali, e ele precisava de um algum lugar para se esconder... assim ele entrou aqui. Eu não prestei muita atenção."

"Isso o que?" Buck perguntou, perplexo. "Um rato ou algo parecido?"

Yosemite fez careta. "Não, eu não tenho ratos aqui, Sr. Wilmington. Eu tenho muitos camundongos, mas nenhum rato. Isso é a razão porque eu não prestei nenhuma atenção quando eu o vi - aquele gato. Pensei que ele pudesse matar alguns desses vermes." Ele olhou o oficial da lei e disse, "Minha mãe tinha gatos."

"É," Buck se inclinou contra a entrada da loja. "E o que é que tem?"

"Assim, eu o vi durante alguns dias, mas nunca parecia matar nada. Talvez ele fosse muito pequeno. Talvez sua mãe não o tenha ensinado como fazer isto direito. Bem," Yosemite continuou. "O Sr. Standish entrou um dia e o viu. Me perguntou se pertencia a alguém. Eu lhe contei o que eu pude e que eu nunca o vi direito porque ele era muito tímido. Nunca saia. Assim ele saiu e voltou com um pedaço de bife e ele o deixou na entrada do quarto." Yosemite pausou, olhando para trás para o quarto. "Assim eu lhe falei que havia ratos lá e eu não o queria alimentando nenhum verme. Então ele ficou perto para ter certeza que era o gato que comia e não os ratos. Quando seguro o bastante, aquele pequeno gato cinza saltava para fora e agarrava a carne e corria para trás do seu esconderijo. O Sr. Standish deu um grande sorriso, então inclinou o chapéu dele e caminhou para fora."

"Ele voltou no dia seguinte e no próximo e no próximo. Ele colocava mais carne a cada dia e ficava até o gato vir e levar tudo. Cada dia ele ficava um pouco mais íntimo e punha a carne um pouco mais adiante do quarto. Aquele gato saia - assustado como sempre - agarrava aquele pedaço de comida e escapava novamente. Um dia ele pôs a comida direto em cima da bota dele e o gato esperou muito tempo mas finalmente saiu para pegá-la. O Sr. Standish parecia tão feliz sobre isso. No dia seguinte ele voltou com uma cadeira e um prato inteiro de carne de guisado. Ele gastou a maior parte do dia dando pequenos pedaços de carne para aquele gato, tentando pegá-lo."

  Yosemite manteve o olhar dele na pilha de lixo que enchia o quarto, e a cadeira que ainda há pouco se sentava. "Eu tinha trabalho a fazer, é claro, e desde que eles não eram nenhum problema para mim, eu não dei nenhuma atenção então. Da próxima vez que eu observei, ele estava bem próximo do gato. Ele estava se esfregando e acariciando-o. Ele estava comendo nas mãos dele. Aquela coisa fraca e assustada estava comendo direto nas mãos dele. Ele fugia se eu fizesse um grande ruído ou se alguém entrasse, mas voltava rapidinho para o Senhor Standish como se soubesse que estava seguro com ele. No dia seguinte ele deixou acariciar a sua cabeça. Doce gatinho. Coisinha pequenina," Yosemite disse olhando suavemente e de volta para Buck. "Minha mãe criava gatos."

"É, você disse isso antes," Buck falou.

"Eu não presto atenção a gatos," Yosemite explicou. "Não me faz nenhum mal." Ele chupou os dentes dele um momento antes de continuar o assunto. "Bem, ele veio todas as tardes o domou pouco a pouco, até que ele parou de escapar e finalmente um dia, eu o vi pegar aquele pequeno gato cinza no colo. Parecia que era o dia mais feliz de sua vida, e ele estava acariciando, ronronando, arranhando no colo dele. Aquela coisinha frágil estava ronronando tão alto que eu podia ouvi-lo da onde eu estava".

Yosemite olhou a cadeira novamente e disse, "Ele parecia tão feliz, você sabe, o Sr. Standish. Eu não o via com muita freqüência mas ele parecia completamente calmo - quando aquele pequeno gato se enrolava no colo dele. Durante os próximos dias, ele entrou e se sentou naquela cadeira. Aquele pequeno gato vinha, miava e pulava direito no colo para ser acariciado. Era até triste pensar que uma coisinha de natureza tão agradável pudesse ser tão tímido. Me fez pensar que alguém deve ter sido muito cruel para aquela coisinha".

O ferreiro parecia triste. "Então, bem . alguns dias atrás, eu entrei na loja e vi a pequena coisa na cama do Sr. Standish. Ele trouxe um pouco de roupas velhas e alguns trapos e fez um ninho aquecido para ele. Normalmente quando eu entrava , ela se escondia, mas ela não se escondeu naquela manhã. Eu pensei que talvez ela estivesse bastante dócil agora de forma que eu pudesse acariciá-la." Ele olhou desconfiadamente e disse, "Você sabe, minha mãe criava gatos e eu sempre gostei deles."

"É", Buck disse, conhecendo aquele homem que estava repetindo este fato para ter certeza que aquele Wilmington sabia que ele ainda era macho apesar do fato de que ele gostava de felinos.

"Bem eu fui bem devagar e o gato não se mexeu. Todo enrolado naquele ninho aquecido, ela parecia que estava dormindo. quase. Quando eu por fim cheguei perto eu vi que a pequena coisa estava morta." O ferreiro encolheu os ombros e suspirou desconfortavelmente. "Pobre coisinha. Eu pensei que tinha sido algum tipo de doença, já que ela nunca foi muito grande. Que tristeza". Ele esfregou distraidamente a barba e olhou para fora. "De qualquer maneira, eu embrulhei a pequena menina em uma camisa limpa e esperei. Quando o Sr. Standish entrou mais tarde, eu lhe contei o que eu encontrara". Ele desgastou a sujeira em baixo dos pés, e olhou de uma forma pouco peculiar, como se ele estivesse escutando algo modo distante. Parecia que ele não sabia se mover ou o que fazer por um segundo. Então ele disse que era uma "pena" e que ele não me aborreceria mais e se virou para sair. Antes que saísse pela porta afora, ele disse por cima dos ombros que eu deveria pelo menos enterrar a pobre coisa e não deveria jogá-la no lixo. Ele me disse que eu poderia enterrá-la naquela pequena cama que ele havia feito. Então me perguntou se isso seria de algum aborrecimento para mim. Quando eu disse, 'não' ele me agradeceu e saiu."

Buck balançou a cabeça e esfregou a testa, entendendo agora por que Standish tinha ficado tão quieto. Maldição, sulista tolo, ele pensou. Eu sabia que alguma coisa o havia machucado.

Yosemite continuou, "Ele não entra mais na minha loja, mas quando eu o vi na rua, eu lhe falei que eu a tinha enterrado em um lugar quieto e agradável atrás da loja, debaixo daquela bonita árvore que eu plantei lá. Eu contei a ele que eu havia levado uma caixa de madeira e alguns pregos e que tinha arrumado aquela cama dentro disto, e enterrado bem fundo. Eu lhe falei que eu lhe mostraria o lugar mas ele negou com a cabeça e me falou que tinha lugares para ir."

"É", Buck disse suavemente, "Isso quase soa correto."

"Então, eu recebi uma encomenda pela manhã. Uma pedra bem grande." Ele uniu as mãos dele e indicou o tamanho que era bem grande. "Nele só dizia "Cinza". Era assim que ele a chamava, Senhora Cinza.Pequena Cinza .ou só Cinza. Assim eu coloquei aquela pequena lápide. Eu só queria dizer a ele que eu a recebi e a fixei para ele. Ele franziu as sobrancelhas e disse, "Mas eu não vejo um fio de cabelo dele desde aquela época. Às vezes eu penso que ele está me evitando".

Buck balançou a cabeça conscientemente. "É, pode ser Baixinho. Eu falarei a ele quando eu o vir mais tarde. Ele gostará de saber que você cuidou bem das coisas. Ele apreciará mais quando estiver em condições de falar com você."

"É," Yosemite olhou para trás para a pilha de lixo. "Era um pequeno gato agradável. Que bom que alguém foi bom com ele."

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Parte 2:

Buck esperou na prisão escura pela chegada de Ezra. As ruas eram escuras e o turno dele estava terminando. Precisamente na hora certa, a porta se abriu e Ezra entrou com aquele mesmo sorriso amarelo que ele tinha usado durante os últimos dias.

"Hei, Ez," Buck saudou.

"Ah, Sr. Wilmington," Standish disse e cabeceou. "Você está parecendo mais cansado que o normal esta noite. Eu espero que as atividades desta noite não sejam totalmente exaustivas."

Buck passou a mão no rosto. "É, bem. Você sabe, Ez, e se nós conversássemos um pouco antes de eu ir?"

Ezra encolheu os ombros e puxou uma cadeira. "Eu não tenho nenhum problema com a sua sugestão que me permitirá alguns momentos de tranquilidade." Ele se sentou luxuosamente.

Havia um milhão de modos de se fazer isto, mas Buck sabia que a rota direta era provavelmente a melhor com Ezra. A melhor carta ganharia se o galanteador quisesse ariscar a aposta. Apoiando adiante na escrivaninha, Buck disse suavemente, "eu sei sobre aquele gato."

O jogador parecia fulminado. Os olhos dele arregalaram e ele voltou para trás na cadeira, como se pretendesse fugir da cena. "O gato." ele repetiu.

  "Yosemite queria que eu lhe dissesse que a lápide que você havia encomendado tinha chegado e que ele cuidou de tudo."

 "Oh," Ezra esfregou descontentemente uma mancha não existente no joelho das calças dele. "Bem, muito bem. Sim. Obrigado, Sr. Wilmington por entregar esta notícia. Eu suponho que eu deveria começar minha ronda agora. Dia bom, senhor". Ele levantou de repente e fez um movimento em direção a porta.

"Ezra, Ezra, espere," Buck chamou. "Vamos lá, Ez. Só converse comigo um segundo. Eu não vou te machucar. Eu só quero saber se você está bem . em relação ao gato."

O jogador parou e voltou-se em direção a Wilmington. "Por favor, senhor, não é nada. Era só um gato." Ele abriu a boca como se fosse dizer algo, pausou e sorriu antes de continuar, "era uma experiência, você vê. Eu simplesmente queria descobrir se eu podia domesticar a coisa selvagem que estava vagando no quarto de trás do nosso ferreiro ilustre. Tudo que ela precisava era de um pouco de suborno - alguns presentes - e a criatura estava comendo na minha mão. Eu provei a mim mesmo que eu podia domesticar o animal. Era tudo que eu pretendia fazer. Agora, eu estou certo que posso ganhar uma aposta de bar sobre o assunto se ele surgir."

"O Pequeno disse que você fez um bom trabalho com ela."

A boca de Ezra tremeu. "Bem, bem, ela era um vira-lata puro. Ela estava com fome e eu lhe proporcionei comida. Ela ganhou o alimento que queria e eu achei um modo novo de ganhar um dólar rápido em uma aposta."

Buck suspirou e disse, "eu sinto muito que ela tenha morrido, Ezra."

Outro sorriso falso tremeu nos lábios do jogador. "Ah bem, a coisa estava doente, muito provavelmente. Ela era muito pequena e provavelmente malformada de nascença. Era melhor que ela não durasse muito nesta terra." Quando Buck não respondeu imediatamente, Ezra continuou em um click rápido, "O Sr. Darwin provou que é o modo que este planeta trabalha - sobrevivência do mais apropriado. O menos-que-perfeito é jogado fora. É melhor para a espécie. Melhor para todo o mundo, realmente."

"Ah, diabos, Ezra. Não faça isto parecer mais fácil. Yosemite me falou que você trabalhou por um longo tempo para trazê-la para o seu lado".

O sorriso amarelo não deixou a face de Ezra. "Eu só usei meu tempo sobressalente e desde que não envolveu nenhum trabalho, foi facilmente gasto. Ela era bastante desconfiada no princípio, você sabe. Eu acredito que alguém doente usava a criatura. Pobre coitado, porque ela tinha a mais agradável disposição uma vez que ela se permitia que chegassem perto o bastante para tocá-la." As palavras rápidas dele reduziram a velocidade. "Era como se tudo que ela quisesse na vida fosse estar perto de alguém, se preocupar em ser tratada razoavelmente bem, mas eu acredito que ela foi tratada só com violência antes." A voz dele tinha ficado mais suave e o sorriso insincero tinha sumido. "É uma pena. Eu simplesmente não entendo como um homem pode ferir uma criatura tão confiante."

"Seria bom se você tivesse cuidado dela desta forma," Buck declarou.

"Bah," Ezra murmurou. "Era tempo desperdiçado estar ao lado dela. Um empenho desprezível para uma criatura destinada a morrer."

"Aquele pequeno gato não era desprezível, eu imagino. Eu penso que a Senhora Cinza teve uma vida bem dura e você lhe deu pelo menos um fim agradável. Deveria ser o paraíso para aquela pequena coisa ter uma cama para dormir e alguém que era gentil com ela e que trazia coisas para ela comer. Devia ter sido terrivelmente especial para ela saber que alguém se preocupava, que alguém não a jogou fora simplesmente."

À menção do nome do gato, fez os olhos do jogador piscarem, e ele foi mais para o fundo da prisão, na parte mais escura, adiante de Wilmington enquanto Buck continuava falando.

"Não era nada," Ezra sussurrou. "Era todos gestos vazios."

"Não para ela, eu imagino," Buck continuou em uma baixa voz. "Não para você."

"Era só um gato," Standish continuou. "Só um pequeno gato cinza que foi descartado, que ninguém se preocupou com ele."

Buck o seguiu na escuridão. Ele colocou uma mão no ombro de Ezra, mas Ezra puxou o braço defensivamente. "Ezra," Buck disse. "Você se preocupou."

Ezra abaixou o braço dele imediatamente e repetiu, "Não. não era nada."

"É alguma coisa." Buck não sabia que "diabos" dizer, que "diabos" fazer. "Eu tive um cachorro uma vez, um estúpido cão de caça chamado Sargento. Eu acho que eu chorei um rio quando ele morreu. Machucou feito o diabo."

"Eu sinto pena pela sua perda, Sr. Wilmington. Mas, você tem que concordar que eu não tinha nenhum direito sobre aquele gato. Este é um enredo completamente diferente que seu amado bichinho de estimação."

"Ela importou bastante para lhe fazer entrar nesta névoa cinza nestes últimos dias. Ela significou o bastante para você que lhe comprou uma lápide especial para marcar o túmulo dela."

Os lábios de Ezra tremeram por um momento e ele disse, "Ela merecia ser enterrada com o nome dela. Todo o mundo merece pelo menos isso." Ele balançou a cabeça dele e disse depressa, "Isto não é nada mais que tolice. Deus, eu juro, eu nunca tentarei isto novamente." Ele esfregou a parte de trás da mão nos olhos dele. "Nunca novamente. Não vale o dólar apostado."

"Não é tolice se preocupar com alguma coisa." Wilmington se aproximou mais, e viu o brilho das lágrimas não derramadas nos olhos de Ezra. "Tudo bem lamentar por ela, você sabe."

"Era só um gato," Ezra grunhiu. "Não há nenhuma razão para eu ficar chateado com isso."

Buck balançou a cabeça com aflição,desejando saber como ele poderia entender melhor o jogador, desejando mostrar a ele que ele era só um ser humano, que lhe era permitido fraquezas e dores e sentir pena. Às vezes, parecia, que aquele Ezra sentia as mortes mais profundamente que qualquer um deles. Ele nunca tinha estado perto de alguém que morreu? Não, Buck duvidava disso. Algo sobre Ezra fez Buck pensar que o vigarista tinha visto a sua cota de morte. Talvez Ezra só nunca tenha aprendido a lamentar corretamente. Deus, que inferno eles fariam se algo viesse a acontecer à mãe dele?

"Eu sinto muito que ela morreu, Ezra. Eu realmente sinto sobre isso. Eu aposto que foi agradável tê-la durante algum tempo. Eu aposto que ela era realmente uma pequena amiga muito legal."

As lágrimas estavam caindo dos olhos de Ezra, assim Buck - sem saber mais o que fazer - puxou-o e o abraçou. O jogador lutou para um momento, mas pareceu desmoronar um pouco e lamentar caladamente, ele murmurou, "só um gato."

"Eu sei," Buck respondeu. "Eu sei." Ah Ez, ele pensou quando o Ezra soluçou sem fazer um som. Como diabos você cresceu sem saber lidar com a perda? Nunca lhe permitiram expressar isto? Por que é que você sempre sente tão profundamente as coisas mas nunca sabe lidar com essas emoções? Aparência, ele sabia, era tudo.

Depois de só alguns segundos - depois de um pequeno tempo, Ezra o empurrou para longe e se virou antes que Wilmington pudesse ver a face dele. "Eu tenho que ir." Ezra murmurou. "Tenho que ir checar. a cidade."

"Eu farei uma última ronda antes de ir para cama, Ez," Buck assegurou, sabendo que Standish gostaria de ter um momento para se compor antes de sair na rua. Aparência, afinal de contas.

Ezra cabeceou e abaixou a cabeça dele e desapareceu mais na escuridão. "Obrigado, Sr. Wilmington."

"A qualquer hora, Ez," ele disse e depois caminhou para a porta. Ele olhou para Standish antes de deixar a prisão. "Você vai ficar bem?"

Ezra, nas sombras, confirmou com a cabeça. "Eu sinto muito pela.indiscrição. eu nunca. eu nunca deveria ter."

"Não se preocupe," Buck assegurou, resistindo ao impulso de sumir dali. "Pense que talvez você tenha feito aquele gato feliz pela primeira vez na vida dela. Provavelmente ela não tenha tido nada mais que solidão e pesar antes disso. Pense que ela foi terrível grata a você por isso."

Ezra novamente só balançou a cabeça no canto escuro da prisão.

"Era uma coisa boa a se fazer."

Boa noite, Sr. Wilmington," Ezra disse, a voz dele repentinamente seca.

"Noite, Ez," Buck concluiu e abriu a porta.

"Sr. Wilmington."

"Sim, Ez."

"Obrigado."

"A qualquer hora." Wilmington caminhou pela entrada e acrescentou. "Eu quero dizer, Ezra -- a qualquer hora." Ele deixou a porta fechada e começou o passeio final dele pela cidade antes de ir para cama. Ele olhou para a loja do ferreiro como fez no passado, desejando saber o que havia acontecido ali. O que tinha feito o vigarista para tentar domesticar o pequeno gato cheio de medo? Ele reconheceu a solidão da criatura, o grito abafado por afeto? Ezra tinha usado paciência e entendimento para atrair o animal para fora. Alguém alguma vez tinha tentado o mesmo com ele?

Buck tocou o ombro molhado dele, onde Ezra tinha chorado o seu pesar sem fazer um som, onde ele tinha chorado por um gato que ninguém mais queria. Ezra tinha contido aquele pesar a dias - provavelmente sem nem mesmo saber como expressá-lo.

O luar tinha lançado a sua cor ao longo da rua, sobrepondo-se em sombras acinzentadas. Buck balançou a cabeça e continuou rumo ao quarto dele na pensão. Agora que ele sabia a razão pelo humor sombrio de Ezra, provavelmente seria mais fácil resolver isto. Ele faria isto cuidadosamente, atraí-lo para fora de sua casca como Ezra fez com a Senhora Cinza.

Era só uma questão de um pouco de paciência e sabedoria..

 

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